Os fogos de artifício são uma tradição do Ano-Novo, encantando e dando boas-vindas ao novo ciclo que se inicia. Entretanto, eles não causam apenas explosões coloridas no céu, podendo ser também os culpados por vários problemas.
Como muitos sabem, as versões dos fogos que fazem barulho incomodam cães, bebês e pessoas autistas. E não é só isso. Acidentes graves podem acontecer se eles não forem manuseados com a devida atenção.
O SUS chegou a registrar 1.548 internações por ferimentos ligados aos fogos de artifício entre 2019 e 2022, segundo dados do Ministério da Saúde. Em 2023, informações preliminares indicam que já foram 266 internações desse tipo de janeiro a setembro.
Com o fim de ano se aproximando, é preciso entender os riscos e saber como se prevenir para evitar que esse número cresça tanto.
Perigos dos fogos de artifício
Os acidentes com os fogos de artifício podem ocorrer quando eles estouram antes da hora, devido a defeitos de fabricação ou ao manuseio incorreto.
As mãos costumam ser as partes mais impactadas. Fora as queimaduras, os atingidos podem sofrer lesões com lacerações, cortes e até amputações de membros.
“A anatomia das mãos é complexa, pois é composta por nervos, vasos, tendões, ossos e ligamentos que podem ser lesados pela explosão e pelo calor junto com a pele”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), Antonio Tufi Neder Filho.
Outras áreas, como o rosto e os braços, também correm perigo nesse tipo de acidente.
Em caso de queimaduras, o presidente da SBCM salienta que é necessário lavar a região com água corrente ou soro fisiológico, enfaixar com algum tecido limpo e procurar um atendimento de saúde o mais rápido possível.
Não use remédios caseiros, já que eles podem piorar a situação. Quando há traumas com sangramento, a recomendação é comprimir o local com um pano e buscar um serviço de saúde.
Como evitar problemas?
A principal dica para impedir esses problemas é que acione-se o artefato com o uso de um suporte e em uma área aberta, nunca segurando diretamente nas mãos e nem colocando-o perto do rosto. “A atenção deve ser em dobro com as crianças, mantendo-as sempre afastadas do local”, frisa Antonio.
Outro ponto é evitar utilizar materiais de fabricação caseira, adquirindo fogos de artifício exclusivamente em estabelecimentos especializados. Além disso, leia minuciosamente as orientações do produtor. “Veja ainda se não há materiais combustíveis nas proximidades. Jamais reutilize o material, mesmo que não tenha resultado na explosão desejada”, finaliza o especialista.
